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sexta-feira, janeiro 07, 2011

Esperando Leitor

Eu queria puxar o nariz dele igual um estilingue.
E soltar.
Roubar seu chapéu, dar-lhe versos.

Parece um mendigo reverso,
Parece que sempre está esperando alguma coisa
Divergente da rotação da Terra,
Do rumo em que correm todas as galáxias
Para um dia se fundirem.

Eu queria sorrir pra ele.
Insistir pela resolução do mistério de quem era.
Insistir pelo nome escondido,
Roubar os versos do oráculo
E ler em voz alta pela Lapa
Como louca.

Eu queria roubar os anéis do seu cabelo
E doar para meninas órfãs
Nas ruas do Rio,
Próximas à Candelária.

Eu queria um breve tempo de poema,
Cheirando bem leve a alfazema
Pra oferecer ao amigo que, sincero,
Espera num banco do tempo
Por um qualquer leitor.

(Talvez ele lhe roube o jornal, a revista, o livro.
Talvez ofereça a outrem.
Talvez doe palavras
E as jogue ao vento para o colher dos pássaros.
Ficarão sabiados.)

Claudia Gomes

2 comentários:

  1. :) Se cuide da próxima vez que nos vermos. Acho que não vou resistir em puxar-lhe o nariz. XD Beijos, amigo literário! :*

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  2. Do muito que li, do pouco que sei, pouca coisa me resta a nao ser a vontade de entender a vida como um todo. Figura enigmatica e interesante, sabio és este homen que crusou meu caminho ESPERANDO LEITOR. qual teu nome, e seus objetivos, tua essencia? fiquei facinado porem feliz....

    sou apenas um bobo!

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